terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Me despi na sacada e fumei um cigarro bebendo cerveja.


Sou mesmo. Louca, pirada, neurótica, lelé-da-cuca, doida. Doida de atar. 
Acontece que quando o cara percebe isso, já é tarde: 
já tenho número de telefone fixo, endereço residencial e comercial, 
conheço os pais, os amigos, a cama e o papagaio.
(Juliana Ortigara)

Eu me irriguei da tua voz numa última tentativa de te sentir perto.
Fiquei acordada até as 3 horas da manhã, o que é considerado normal vindo de mim se não fosse o fato de eu ter ficado pensando em ti. Pensando em tudo o que fomos e tudo o que nem chegamos a ser. Fiquei pensando em como meu coração acelerava a primeira vez que te vi, em como minha mão suava quando teu número apareceu na tela do meu celular ou em como minha voz não queria sair quando atendi.
Eu me dei esse tempo, me dei o luxo de pensar em ti depois de tanto tempo ignorando que tua pessoa existe. Confesso, queria ter sentido algo mais forte. Achei que eu gostasse muito de ti, achei que eu gostasse de ti a ponto de ter medo disso. Não que eu não tivesse medo por estar gostando de ti mas, não é a mesma coisa, não senti aquilo que eu gostaria de ter sentido ao relembrar do teu abraço, do teu beijo, do teu colo, da tua conversa. Confesso que sinto falta do azul dos teus olhos mas, o azul dos meus perante o espelho, me tem sido suficientes para continuar sem derramar uma lágrima sequer por ti. 
Eu percebi que foi tão fácil te deixar pra lá e isso sim me assustou pra caralho. Queria tanto que a gente tivesse sido mais, que tu tivesse sido mais pra mim.
Achei que fosse me sentir triste, me sentir sozinha, me sentir precisando de ti... Tolice, meu chão continua florido e meus pés conseguem navegar pelo mar sem tua presença, consigo sentir borboletas no estômago com outras pessoas e agora, oficialmente, me proclamei independente das tuas histórias para conseguir gargalhar.
Dessa vez não me derramei por ai, não me larguei em algum beco, não me abandonei.
Me despi na sacada e fumei um cigarro bebendo cerveja.
Ah, cerveja. Como pode uma garrafinha, com um líquido delicioso e viciante, conter tanto de ti?
Parei de pensar e sentir que tu era a parte real boa do meu mundo, tu nunca fora nada mais do que o cara legal e bonito, que não era um mestre na arte de foder mas me fazia gargalhar até meu estômago doer.
Como poderia eu, trocar minha insanidade por ti? Não, não e não garoto.
Minha insanidade é fruto de anos sendo uma doida varrida sem tratamento psiquiátrico. Anos de luta contra a sanidade que atormenta a humanidade nos tempos de hoje. Foram anos de aperfeiçoamento de técnica, anos criando uma mente psicótica e fora dos padrões.
Ai vem você, garoto, e me acha doida demais? Quer distância da minha completa falta de senso do real e da minha deficiência em distinguir o que é real daquilo que só faz parte do meu mundo particular, da minha imaginação.

Desculpa garoto mas, não abro mão da minha insanidade nem por ti, nem por nenhum outro.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bem a sua cara Anna, adorei como se expressa, isso retrata uma voz doce, uma palavra da alma, realmente mostra que isso vem do coração, você com toda sua maluques... Você é muito igual a mim!

Anna Carolina disse...

Muito obrigada, querido amônimo.
Fico feliz com seu comentário. Espero que se identifique com mais coisas por aqui.

Postar um comentário

 

Copyright © 2010 free from sin | Premium Blogger Templates & Photography Logos | PSD Design by Amuki