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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Migrar.


Me deu uma vontade de beijar teu nariz.

Quando tu para pra pensar nas coisas que acontecem no decorrer dos dias, das semanas, meses, que passam lenta e vagarosamente, não soa tão melancólico como eu achei que seria, como eu imaginei criei e recriei, como eu senti, fantasiei. Soa mais como aquela música que sai do piano no meio do shopping e tu senta no primeiro lugar que achar, mesmo que ele seja uma floreira, e quando percebe já se passaram horas daquele som maravilhoso.
Uma nova etapa. Prometi a mim mesma esquecer tudo de ruim, deixar as neuras, deixar as crises de existência e as de carência, deixar de lado os medos e traumas e deixar as culpas e as desgraças, que rimam com graças, e essas sim eu quero. Quero no rosto, no sorriso, no olhar e até no cabelo mal escovado do final da tarde.

Quero acordar com o teu sorriso.

Quero que o vento me sacuda, que o sol me torre e que a primavera me faça flor. Quero ser como as folhas e não precisar estar presa a uma árvore para ser apreciada, afinal a beleza do outono está todinha no chão. Rir até chorar e secar de tanto rir e chorar por rir. Quero as pipas, quero a água, quero o vento, o sol e um pouco de protetor solar.

O teu abraço pra me aconchegar, a tua voz pra me encantar e o teu brilho no olhar para colocar aquele sorriso no meu rosto.
Teus olhos, que me deixam sem fôlego, teu sorriso, tuas mãos, teu corpo, teu carinho.


Eu parei de achar, eu parei de me culpar, de me sentir, de me derramar, de me deixar por ai. Eu parei de me arrastar e sei que só porque decidi isso eu descobri que andar ao teu lado tem algum sentido e é bem mais gostoso e leve que ser arrastada e carregada.

Eu mudei. Eu me enxuguei e me saltitei por ali, cai num copinho por acidente, cai numa fenda por acidente, eu me salvei de tanto buraco e me resgatei de tanto anzol e rede que talvez eu tenha alma de peixe. Afinal, se da pra ter alma de pássaro, porque não de peixe?

Me mudei e resolvi migrar daqui.
A partir de hoje escrevo em outro endereço, nada difícil, nada diferente mas, mais aconchegante e num lugar que só tem espaço para sorrisos e olhos brilhantes.

clique e vá me visitar


Vejo você por lá.
Dois beijos!
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Me despi na sacada e fumei um cigarro bebendo cerveja.


Sou mesmo. Louca, pirada, neurótica, lelé-da-cuca, doida. Doida de atar. 
Acontece que quando o cara percebe isso, já é tarde: 
já tenho número de telefone fixo, endereço residencial e comercial, 
conheço os pais, os amigos, a cama e o papagaio.
(Juliana Ortigara)

Eu me irriguei da tua voz numa última tentativa de te sentir perto.
Fiquei acordada até as 3 horas da manhã, o que é considerado normal vindo de mim se não fosse o fato de eu ter ficado pensando em ti. Pensando em tudo o que fomos e tudo o que nem chegamos a ser. Fiquei pensando em como meu coração acelerava a primeira vez que te vi, em como minha mão suava quando teu número apareceu na tela do meu celular ou em como minha voz não queria sair quando atendi.
Eu me dei esse tempo, me dei o luxo de pensar em ti depois de tanto tempo ignorando que tua pessoa existe. Confesso, queria ter sentido algo mais forte. Achei que eu gostasse muito de ti, achei que eu gostasse de ti a ponto de ter medo disso. Não que eu não tivesse medo por estar gostando de ti mas, não é a mesma coisa, não senti aquilo que eu gostaria de ter sentido ao relembrar do teu abraço, do teu beijo, do teu colo, da tua conversa. Confesso que sinto falta do azul dos teus olhos mas, o azul dos meus perante o espelho, me tem sido suficientes para continuar sem derramar uma lágrima sequer por ti. 
Eu percebi que foi tão fácil te deixar pra lá e isso sim me assustou pra caralho. Queria tanto que a gente tivesse sido mais, que tu tivesse sido mais pra mim.
Achei que fosse me sentir triste, me sentir sozinha, me sentir precisando de ti... Tolice, meu chão continua florido e meus pés conseguem navegar pelo mar sem tua presença, consigo sentir borboletas no estômago com outras pessoas e agora, oficialmente, me proclamei independente das tuas histórias para conseguir gargalhar.
Dessa vez não me derramei por ai, não me larguei em algum beco, não me abandonei.
Me despi na sacada e fumei um cigarro bebendo cerveja.
Ah, cerveja. Como pode uma garrafinha, com um líquido delicioso e viciante, conter tanto de ti?
Parei de pensar e sentir que tu era a parte real boa do meu mundo, tu nunca fora nada mais do que o cara legal e bonito, que não era um mestre na arte de foder mas me fazia gargalhar até meu estômago doer.
Como poderia eu, trocar minha insanidade por ti? Não, não e não garoto.
Minha insanidade é fruto de anos sendo uma doida varrida sem tratamento psiquiátrico. Anos de luta contra a sanidade que atormenta a humanidade nos tempos de hoje. Foram anos de aperfeiçoamento de técnica, anos criando uma mente psicótica e fora dos padrões.
Ai vem você, garoto, e me acha doida demais? Quer distância da minha completa falta de senso do real e da minha deficiência em distinguir o que é real daquilo que só faz parte do meu mundo particular, da minha imaginação.

Desculpa garoto mas, não abro mão da minha insanidade nem por ti, nem por nenhum outro.

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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Faça amor, mas não faça a barba.


Mo meio das minhas pernas eu te vejo... (ana cañas)

Depois de quebrar a cara mais uma vez com o sexo oposto, cai de cabeça no mundo dos blogs sobre atitudes e estilo masculino. Porquê? Eu não sei, vontade de homem talvez seja uma explicação plausível.
O fato é que nesse momento de vasculhar a internet eis que minha prima postou no face um post que dizia "Por um mundo com mais barbudos" (para ler o post).
Sim, admito que sou uma dessas mulheres gamadas em barba. Em homem com estilo de músico de estrada e aquele cabelo bagunçado que derrete o coração e que da aquele arrepio la embaixo. Foi-se o tempo em que aquela barba roçando o rosto no meio do beijo era sinônimo de incômodo, agora é prazer e sempre deixa aquela curiosidade de como será que é o sexo oral desse cara.
Não que isso seja um abaixo ao mundo dos caras com bochechas de bundinha de bebê, até porque concordo que alguns ficam bem melhores de rosto lisinho.
O ponto é que, deixemos de lado a ilusão das propagandas da Gillette e admitamos, homem com barba é um tesão.
Pois bem, lendo a então matéria sobre um pedido aos homens por um mundo com mais barbudos, lembrei-me de um texto que escrevi a algum tempo:

"Com cabelos negros e óculos a la nerd style, jaqueta de couro e aquela barba que gritava pra roçar nas minhas coxas, ele entrou no ônibus. No meio de um dia melancólico, chuvoso, lento e preguiçoso. Quando ele sorriu, foi igualzinho aquelas propagandas de pasta de dentes. Sorriso desses que multiplica. Quando dei por mim eu tava sorrindo tanto que o canto da minha bochecha doía.
Ele veio pelo corredor cantando alguma música com a cabeça e balançando uma sacolinha com um cd. Eu estava pronta pra sentir o perfume dele quando passasse por mim, pronta pra implorar, ajoelhar que voltasse e me despisse ali mesmo. Acontece que minha reação foi ficar olhando com cara de babaca, um sorriso gigante no rosto e aquele olhar surpreso, ele sentando do meu lado e me sorrindo de volta.
Os tambores rufaram e meu interior gritava tão alto que achei que ele ouviria. Minha vontade, era tirar os fones pra dar oi, pedir nome, endereço e telefone. Fiquei tão hipnotizada com aquele homem que eu quase passei minha parada.
Quando eu pedi licença e levantei pra sair, descobri que a voz dele era tão linda e maravilhosa quanto o sorriso que ele trazia no rosto.
Então, moço do cabelo bagunçado, a gente se cruza. Quem sabe tu me de teu telefone e eu demore uma semana pra ligar só porque não sei o que te dizer e porque sou paranoica e medrosa e doida mesmo. Quem sabe eu seja a inspiração pra próxima música. Quem sabe…"

Tainá Costa escreveu algo (para ler o texto) que cai como uma luva como finalização para este post: "E ao anoitecer, quero apenas, eu , você, tua barba e minha cama..."










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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Paralisante.

It starts in my toes makes me crinkle my nose (Colbie Caillat)

A mão sua, o coração dispara e aquele frio percorre a espinha. O telefone toca. O nome na tela do celular é de menina, suspiro. Conversa, conversa... tchau!
Eu to sentada no chão do quarto do meu colega, escorada na parede e ele ri da minha cara de aflição e das lágrimas que não caem, mas adorariam cair. Num último apelo eu tento, "atende pra mim, diz que eu passei mal, fui pro hospital e pede desculpas, por favor". Agora a risada é uma gargalhada colossal e tudo que eu obtenho como resposta é um "não".
Mas não minto, estou mesmo prestes a ir pro hospital, com desidratação, meu suor agora é cascata no meu rosto e eu duvido muito que no meu 1,60 de altura haja muito mais líquido pra sair.
O celular toca. 051.... Morri e ressuscitei três vezes em menos de 5 segundos.
E então o golpe, eu atendo e sai um "oii" estilo bezerro e tudo que ele diz é, "oooi, olha acho que to aqui na frente da bodega". Eu sorrio. Aquilo, estranhamente, me aconchegou e me deixou mais calma e num suspiro alegre "to descendo".
O elevador. Primeiro um pé, depois o outro. Sinto o coração na garganta e o sangue pulsa incrivelmente rápido pelo meu corpo. Quarto, terceiro, segundo, primeiro... Térreo. A porta abre... Fecha. Eu ficaria eternamente ali dentro. Mas não. Saio do elevador arrastada pela coragem mas com um peso enorme, chamado medo, nos meus pés, tentando de toda e qualquer forma que eu pare, volte e desapareça.
O portão abre e ali está ele.

Paralisante. É a palavra que eu usaria pra descreve-lo. A boca, os olhos, o cabelo, as mãos... O beijo. Paralisante.

Eu fui abduzida pelo teu charme e pelo toque dos teus dedos. Teus olhos, que me deixam sem fôlego, teu sorriso, tuas mãos, teu corpo, teu carinho. Tenho tanto de ti por aqui que é impossível passar pela cozinha sem ficar com vontade de comer batata frita e tomar polar. Dizem que depois de um tempo a gente acostuma mas, eu nunca me acostumei com os teus olhos e acredito que nem em uma eternidade te olhando eu me acostumaria. Uma verdade: a coisa que mais me encanta em ti é o teu lado ogro (hahaha).

Eu poderia imaginar todas as possibilidades mas quando me falaram que eu era muito neurótica e que falava demais e um terço do que eu falava era só blablabla, não pensava que eu seria abocanhada por essa mania de nunca calar a boca.

Talvez eu nunca mais te veja parado no portão do meu prédio. Talvez eu nunca mais tome aquela polar contigo. Talvez eu nunca mais olhe nos teus olhos e perceba que nem o oceano é tão azul e brilhante quanto. Talvez eu te veja por ai, um oi, um abraço, um até mais...

Um dia quem sabe a gente se cruza pela rua e eu te agarre no meio de tudo, só pra que o gostinho da saudade do teu beijo seja menor do que o gosto, incrivelmente viciante, que tens teu beijo.

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Cause everytime you hold me in your arms
I'm comfortable enough to feel your warmth (Colbie Caillat)
 

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