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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Paralisante.

It starts in my toes makes me crinkle my nose (Colbie Caillat)

A mão sua, o coração dispara e aquele frio percorre a espinha. O telefone toca. O nome na tela do celular é de menina, suspiro. Conversa, conversa... tchau!
Eu to sentada no chão do quarto do meu colega, escorada na parede e ele ri da minha cara de aflição e das lágrimas que não caem, mas adorariam cair. Num último apelo eu tento, "atende pra mim, diz que eu passei mal, fui pro hospital e pede desculpas, por favor". Agora a risada é uma gargalhada colossal e tudo que eu obtenho como resposta é um "não".
Mas não minto, estou mesmo prestes a ir pro hospital, com desidratação, meu suor agora é cascata no meu rosto e eu duvido muito que no meu 1,60 de altura haja muito mais líquido pra sair.
O celular toca. 051.... Morri e ressuscitei três vezes em menos de 5 segundos.
E então o golpe, eu atendo e sai um "oii" estilo bezerro e tudo que ele diz é, "oooi, olha acho que to aqui na frente da bodega". Eu sorrio. Aquilo, estranhamente, me aconchegou e me deixou mais calma e num suspiro alegre "to descendo".
O elevador. Primeiro um pé, depois o outro. Sinto o coração na garganta e o sangue pulsa incrivelmente rápido pelo meu corpo. Quarto, terceiro, segundo, primeiro... Térreo. A porta abre... Fecha. Eu ficaria eternamente ali dentro. Mas não. Saio do elevador arrastada pela coragem mas com um peso enorme, chamado medo, nos meus pés, tentando de toda e qualquer forma que eu pare, volte e desapareça.
O portão abre e ali está ele.

Paralisante. É a palavra que eu usaria pra descreve-lo. A boca, os olhos, o cabelo, as mãos... O beijo. Paralisante.

Eu fui abduzida pelo teu charme e pelo toque dos teus dedos. Teus olhos, que me deixam sem fôlego, teu sorriso, tuas mãos, teu corpo, teu carinho. Tenho tanto de ti por aqui que é impossível passar pela cozinha sem ficar com vontade de comer batata frita e tomar polar. Dizem que depois de um tempo a gente acostuma mas, eu nunca me acostumei com os teus olhos e acredito que nem em uma eternidade te olhando eu me acostumaria. Uma verdade: a coisa que mais me encanta em ti é o teu lado ogro (hahaha).

Eu poderia imaginar todas as possibilidades mas quando me falaram que eu era muito neurótica e que falava demais e um terço do que eu falava era só blablabla, não pensava que eu seria abocanhada por essa mania de nunca calar a boca.

Talvez eu nunca mais te veja parado no portão do meu prédio. Talvez eu nunca mais tome aquela polar contigo. Talvez eu nunca mais olhe nos teus olhos e perceba que nem o oceano é tão azul e brilhante quanto. Talvez eu te veja por ai, um oi, um abraço, um até mais...

Um dia quem sabe a gente se cruza pela rua e eu te agarre no meio de tudo, só pra que o gostinho da saudade do teu beijo seja menor do que o gosto, incrivelmente viciante, que tens teu beijo.

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Cause everytime you hold me in your arms
I'm comfortable enough to feel your warmth (Colbie Caillat)
 

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